Novak Djokovic tornou-se no último domingo (4) o primeiro tenista em doze anos, homem ou mulher, a completar um Golden Slam de tênis, isto é vencer os quatro principais torneios anuais e conquistar uma medalha de ouro olímpica da modalidade.
O sérvio de 37 anos, em critérios objetivos o maior tenista da história, derrotou o espanhol Carlos Alcaraz na final masculina de tênis da Olimpíada de Paris 2024.
Exultante, Djokovic fez o sinal da cruz diversas vezes depois de vencer a partida, mas fez da direita para a esquerda, ao contrário do uso católico da esquerda para a direita. Djokovic é ortodoxo sérvio.
Segundo a Enciclopédia Católica, a prática cristã mais antiga parece ser o traçado do sinal da cruz na testa, que mais tarde evoluiu para a prática de fazer o sinal da cruz em uma porção maior do corpo. São Basílio (329 d.C –379 d.C.) escreveu que os apóstolos “ensinaram a marcar com o sinal da cruz aqueles que colocam sua esperança no Senhor”.
Quando os católicos fazem o sinal da cruz hoje, eles se benzem com a mão começando no topo, descendo e depois da esquerda para a direita. Quando os cristãos ortodoxos fazem o sinal da cruz, eles começam no topo, descem e depois da direita para a esquerda.
Fontes ortodoxas dizem que parte da razão pela qual o sinal da cruz é feito nessa direção é que durante a divina liturgia ortodoxa o sacerdote celebrante padre ortodoxo faz o sinal da cruz da esquerda para a direita, de frente para as pessoas, que copiam seus movimentos em imagem espelhada.
Há outro nível de significado no sinal ortodoxo da cruz, porém, que é mais prontamente documentado. Os ortodoxos seguram suas mãos com os dedos indicador, médio e polegar juntos, um símbolo das três pessoas da Santíssima Trindade — o Pai, o Filho e o Espírito Santo — juntos como um único Deus. Os dois dedos, anelar e mínimo, que permanecem para baixo simbolizam as duas naturezas de Jesus: totalmente humana e totalmente divina.
História cristã de Djokovic
Djokovic foi criado na Igreja Ortodoxa Sérvia, à qual pertence a maioria dos cidadãos do país. Ele cresceu durante um período tumultuado na região e sobreviveu às guerras entre os Estados que compunham a antiga Iugoslávia.
Em 2011, Djokovic recebeu a maior honraria da Igreja Ortodoxa Sérvia “por seu amor ativo pela Igreja Mãe, particularmente por sua ajuda fervorosa e persistente [ao] povo sérvio e aos santuários de nossa Santa Igreja”.
Ele doou uma quantia significativa ao sistema de saúde pública sérvio e a instituições de caridade administradas pela Igreja Ortodoxa Sérvia.
“Este é o título mais importante da minha vida, porque antes de ser atleta, sou cristão ortodoxo”, disse ele ao receber o prêmio.
Ele dirige a Fundação Novak Djokovic, que se concentra principalmente na reconstrução de pré-escolas e no apoio a professores e pais de crianças em idade escolar. E em 2017, ele abriu um restaurante na Sérvia que fornece comida gratuita para pessoas sem-teto.
Fonte: ACI Digital