Deputados pró-vida dos EUA pedem investigação completa para saber se leis federais foram violadas nos abortos tardios de cinco bebês cujos restos mortais foram descobertos por ativistas pró-vida em Washington, D.C.
Deputados e líderes pró-vida americanos deram ontem (14) uma entrevista coletiva em frente ao Capitólio, sede do Congresso dos EUA, na qual disseram que os restos mortais dos cinco bebês sugerem que eles podem ter sido mortos em “aborto por nascimento parcial”, proibido por uma lei federal aprovada em 2003 durante o governo do presidente republicano George W. Bush.
O aborto por nascimento parcial é um procedimento no qual um médico faz o parto parcial de um bebê apenas para matá-lo, esmagando o crânio ou removendo o cérebro por sucção. Os líderes presentes na conferência de imprensa exigiram medidas do governo federal para determinar se os bebês, chamados de “cinco de Washington”, foram mortos assim.
“Estamos falando de uma vida preciosa que foi cruelmente desconsiderada, descartada, simplesmente jogada fora como lixo, isso é totalmente injusto”, disse o deputado republicano do Texas Chip Roy. “Precisamos ir em busca da verdade. Precisamos saber o que vai acontecer a seguir. Precisamos que o Departamento de Justiça analise isso”.
Quem são os Cinco de Washington?
O grupo pró-vida secular Progressive Anti-Abortion Uprising (Levante Progressista Anti-Aborto; PAAU) obteve os restos mortais dos bebês abortados em março de 2022. O grupo disse que os adquiriu da clínica Washington Surgi-Clinic dirigida por Cesare Santangelo.
Os cinco bebês, todos em fase final de gestação, tinham grandes lacerações, membros rasgados e crânios esmagados, sinais consistentes com abortos de nascimento parcial. A descoberta gerou indignação e grupos pró-vida pediram uma investigação federal.
O Departamento de Justiça da administração Biden não anunciou planos de investigação. Em 5 de fevereiro deste ano, a PAAU anunciou que o escritório do médico legista de Washington D.C. havia comunicado ao grupo a intenção de cremar os restos mortais dos bebês a pedido do Departamento de Justiça. Isso levou Roy e o deputado republicano do Arizona Andy Biggs a escrever ao Departamento de Justiça alegando que “sem um exame independente com o propósito de combater o argumento dos ‘abortos legais’, não se sabe como cada criança morreu”.
A cremação dos restos mortais dos bebês foi adiada, mas não foram anunciados planos para uma autópsia e o seu destino permanece incerto.
Na entrevista coletiva de ontem, o deputado republicano da Virgínia Bob Good acusou o Departamento de Justiça de ser “cúmplice no encobrimento do assassinato a sangue frio” de “vidas preciosas”.
“Trata-se de assassinato, mas nada foi feito”, disse Good. “Sem autópsia. Nenhuma investigação. Deve-se perguntar: Por quê? Somos um país que tem um Estado de direito ou não? O Departamento de Justiça realmente faz justiça? Essas são perguntas muito justas.”
“Já é tempo de o Congresso conduzir a sua própria investigação”, disse ele, “porque o Departamento de Justiça, se não procurar justiça, então o Congresso, penso eu, será obrigado a fazê-lo”.
Em 8 de fevereiro, o senador republicano do Texas Ted Cruz publicou uma carta de sua autoria na qual dizia: “Se o escritório do médico legista de Washington D.C. decidir não fazer autópsias oportunas ou preservar os corpos desses bebês para exame externo, o Comitê Judiciário do Senado não terá outra escolha senão expandir esta questão para uma audiência completa apresentando o Departamento de Justiça e o Gabinete do Médico Legista de Washington D.C. como testemunhas diante do público americano”.
‘Seus corpos contam uma história’
O deputado republicano de Nova Jersey, Chris Smith, disse à CNA, agência em inglês do grupo EWTN, depois da conferência de imprensa que acredita que os Cinco de Washington não são os únicos bebês mortos através de abortos ilegais de nascimento parcial e que são apenas a “ponta do iceberg de um tipo de violação muito maior dos direitos humanos que os americanos precisam conhecer”.
“Temos que realmente lançar a luz mais forte sobre o que está acontecendo”, disse ele. “No mínimo, esse médico em particular precisa ser responsabilizado. Achamos que ele violou as leis. Mas só as evidências provarão isso. Bem, não destruam as provas”.
A diretora legislativa da Susan B. Anthony Pro-Life America, Jamie Dangers, que também esteve presente na conferência, disse à CNA que é especialmente importante encontrar a verdade sobre os Cinco de Washington porque prova a verdadeira barbárie do aborto.
“Muitas vezes, com o aborto, toda a ideia pode ser muito sanitizada e pode ser interpretada como cuidados de saúde ou algo assim”, disse Dangers. “No entanto, porque temos as provas reais, os corpos reais destas crianças, os seus corpos contam uma história que rompe todos os eufemismos. E então, estas cinco crianças, obviamente, tiveram suas vidas abreviadas, não podemos evitar isso, mas o que podemos fazer é dignificar as suas memórias e usar as suas histórias para ajudar a proteger outras crianças de mortes semelhantes”.
Fonte: ACI Digital